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Fragmentos Filosóficos, Literários, Delirantes, e algo mais*


"(..) tudo no mundo tivesse seu próprio nome secreto, um nome que não pode ser transmitido por nenhuma linguagem e que é simplesmente a visão e a sensação da própria coisa"

"(...) continua aperfeiçoando a mente (...) Ela, Laura, gosta de imaginar (é um de seus segredos mais cuidadosamente guardados) que ela também possui algum brilho, só um tiquinho, embora saiba que com certeza a maioria das pessoas anda pela vida com semelhantes suspeitas esperançosas crispadas como pequenos punhos lá no íntimo, sem jamais divulgá-las (...)"

"Você tenta prender o momento, bem aqui, na cozinha, ao lado das flores. Tenta habitá-lo, amá-lo, porque é seu e porque o que existe à espera do outro lado destes aposentos é o saguão, com seus ladrilhos escuros e lâmpadas de luz fraca, sempre acesas (...)" 

"(...) Teria tido uma vida tão intensa e perigosa quanto a própria literatura (...) Aventure-se muito além no amor, diz consigo mesma, e você renuncia à cidadania no país que construiu para si mesma. Acaba apenas navegando de porto em porto"

"(...) parte do encanto de um bolo é sua inevitável imperfeição"

"De algum modo parece que deixou seu próprio mundo e entrou no reino do livro (...)"

"(...) O beijo foi inocente - muito inocente -, mas veio também carregado de algo não muito diverso daquilo que Virginia quer de Londres, da vida, veio repleto de um amor complexo e voraz, antigo, nem isso nem aquilo (...)"

"(...) É suficiente estar nesta casa, a salvo da guerra, com uma noite de leituras pela frente, depois dormir, e trabalhar de novo pela manhã. É suficiente que os postes lancem sombras amareladas nas árvores"

"(...) Este hotel. este saguão são exatamente o que ela quer - o não-estar em parte alguma, imperturbável, a imaculada ausência de cheiros, o ir e vir vigoroso, impassível. Sente-se, de imediato, cidadã do lugar (...)"

*Michel Cunningham in "As Horas". Ed. Cia das Letras. SP. 1999. 

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