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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"(...) as ficções fazem o leitor viver 'o impossível', tirando-o do seu eu particular, ultrapassando os limites da sua condição, e fazendo-o compartilhar, identificado com os personagens da ilusão, uma vida mais rica, mais intensa, ou mais abjeta e violenta, ou simplesmente diferente daquela em que estão confinados nesta prisão de segurança máxima que é a vida real"

"(...) mostrar como é precário e sujeito a erros o conhecimento que o homem pode ter de outros homens e como, por isso mesmo, seu juízo moral é insuficiente e frequentemente equivocado"

"O incompreensível - o infinito - nos rodeia, e no entanto existe"

"(...) existe algo fora do homem e de que há um vínculo, impalpável mas indestrutível, que une o homem com o Desconhecido: a oração é uma tentativa de diálogo com essa sombra, e qualquer pessoa que tenha rezado sabe que essa sombra ouve e responde"

"O homem precisa de certezas. Pode encontrá-las na ciência ? Por certo que não, já que cada avanço científico mostra os erros e as lacunas em que a sociedade viveu até então (...) os limites da realidade são elásticos (...) a realidade cresce a cada dia, à mercê da ciência, no distante (graças ao telescópio) e no próximo (graças ao microscópio)"

"Cada época tem a sua irrealidade: seus mitos, seus fantasmas, suas quimeras, seus sonhos e uma visão ideal do ser humano que a ficção expressa com mais fidelidade que qualquer outro gênero"

"Basta um fantasma numa reunião para que todos os presentes adquiram um ar fantasmal, basta um milagre para que a realidade se torne milagrosa"

*Mario Vargas Llosa in "A tentação do impossível". Ed. Alfaguara. RJ. 2004.

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