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Fragmentos Filosóficos, Delirantes, e algo mais*


"Um filósofo é um homem que continuamente vê, vive, ouve, suspeita, espera e sonha coisas extraordinárias; que é colhido por seus próprios pensamentos, como se eles viessem de fora, de cima  e de baixo, constituindo a sua espécie de acontecimentos e coriscos; que é talvez ele próprio um temporal, caminhando prenhe de novos raios; um homem fatal, em torno do qual há sempre murmúrio, bramido, rompimento, inquietude"

"(...) Todo pensador profundo tem mais receio de ser compreendido que de ser mal compreendido"

"Toda filosofia também esconde uma filosofia, toda opinião é também um esconderijo, toda palavra também uma máscara"

"Não basta utilizar as mesmas palavras para compreendermos uns aos outros; é preciso utilizar as mesmas palavras para a mesma espécie de vivências interiores, é preciso, enfim, ter a experiência em comum com o outro (...)"

"(...) todos grandes descobridores no terreno do sublime (...) com misteriosos acessos a tudo que seduz, atrai, compele, transtorna, inimigos natos da lógica e da linha reta, cobiçosos do que seja estranho, exótico, enorme, torto, contraditório (...)"

"Todo mundo elevado requer que se tenha nascido para ele; ou melhor, que se tenha sido cultivado para ele: direito à filosofia (...). Muitas gerações devem ter trabalhado na gênese do filósofo; cada uma de suas virtudes deve ter sido adquirida, cultivada, transmitida, incorporada, e não apenas o passo e curso ousado, leve e delicado de seus pensamentos, mas sobretudo a disposição para grandes responsabilidades, a elevação de olhares que dominam e olham para baixo, o sentir-se apartado da multidão e seus deveres e virtudes, a afável proteção e defesa do que é incompreendido e caluniado (...)" 

"Será o maior aquele que puder ser o mais solitário, o mais culto, o mais divergente, o homem além do bem e do mal, o senhor de suas virtudes, o transbordante de vontade; precisamente a isto se chamará grandeza: pode ser tanto múltiplo como inteiro, tanto vasto como pleno"

"(...) Não existem fenômenos morais, apenas uma interpretação moral dos fenômenos"

"O sábio como astrônomo. Enquanto você sentir as estrelas como 'algo acima', falta-lhe ainda o olhar do conhecimento"

"É com seu próprio deus que as pessoas são mais desonestas: não lhe é permitido pecar"

"(...) É preciso livrar-se do mau gosto de querer estar de acordo com  muitos"

"(...) as grandes coisas ficam para os grandes, os abismos para os profundos, as branduras e os tremores para os sutis e, em resumo, as coisas raras para os raros"

*Friedrich Nietzsche in "Além do Bem e do Mal". Ed. Cia de Bolso. SP. 2005. 

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