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Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais*


"(...) Para determinar com precisão o caráter específico de toda e qualquer forma do espírito, faz-se necessário, antes de tudo, medi-la pelos seus próprios padrões. Os critérios segundo os quais ela é avaliada e que norteiam a apreciação de suas produções não lhe devem ser impostos de fora, sendo, ao invés, indispensável que derivemos esses critérios das próprias leis básicas que determinam as suas formações (...)"

"(...) Neste sentido, cada forma nova representa uma nova 'construção' do mundo, que se realiza de acordo com padrões específicos, válidos apenas para ela"

"A diversidade das línguas não concerne aos sons e signos, e sim às concepções de mundo que lhes são inerentes. Nesta concepção encontram-se, para Humboldt, o fundamento e a finalidade suprema de todo e qualquer estudo da linguagem"

"Desde cedo o estudo da linguagem constituiu para Wilhelm von Humboldt o cerne de todo o seu interesse e de todas as suas metas intelectuais; já em 1805, em carta dirigida a Wolf, diz ele: 'No fundo tudo o que faço consiste em estudar a linguagem. Acredito ter descoberto a arte de usar a linguagem como um veículo que me permite viajar pelas máximas alturas e profundidades do mundo inteiro e conhecer toda a sua diversidade'"

"(...) Humboldt: 'todo indivíduo fala a sua própria língua'"

"(...) O autor é o melhor intérprete de suas palavras"

"(...) Se a linguagem, nos seus termos conceituais complexos, não constitui um reflexo da realidade sensível, mas antes um reflexo de operações do espírito, conclui-se necessariamente que este reflexo pode e deve efetuar-se de maneiras infinitamente múltiplas e variadas. Se o conteúdo e a expressão do conceito não dependem da matéria que compõe as diversas representações sensíveis, e sim da forma de sua combinação, cada novo conceito da linguagem representa uma nova criação do espirito (...)"

"(...) toda forma de espírito verdadeiramente original cria a forma linguística que lhe é apropriada"

"Se considerarmos o logos da linguagem somente na forma sob a qual ele se representa e cristaliza na palavra isolada, verificaremos que cada palavra limita o objeto que pretende designar, e que, ao limitá-lo, o falsifica. Através da fixação na palavra, o conteúdo é extraído do fluxo incessante do devenir no qual se encontra, sendo, portanto, apreendido não de acordo com a sua totalidade, mas tão somente representado em uma determinação unilateral (...)"

*Ernst Cassirer in "A Filosofia das Formas Simbólicas" Ed. Martins Fontes. SP. 2001. 

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