“Não beberemos lá da água
da vida.
Não ficaremos curados.
Não veremos sinais.
Lá simplesmente teremos
sido.”
Peter Handke
Um livro tem que ter
textura,
folhas que cativam,
páginas a iludir,
tempo de esquecer e
lembrar.
O livro é o descanso da
vida,
a evocação do
desconhecido,
fonte suficiente para as
ideias.
Espaço da linguagem e da
dança,
as letras deslizando no
pensar:
o livro é o mundo, um
novo alimento ao Ser.
De todo o sentimento, o
sentir é o caminho ao nada:
estar sob o domínio da
palavra, a cobertura da vida,
um bolo cheio de ideias
para se comer.
Da escrita nasce o poema,
a dor morre junto,
no haver, a língua, a
dobra do querer,
o fim do livro é o
convite para o não esquecer.
A memória está salva, a
nossa língua aprende nos livros,
na linguagem que desfaz a
solidão,
o translucidar do
conteúdo em forma.
Tudo é claro e oculto,
o tempo se fixa no
ilimitado,
tem de existir, depois
poder morrer nas páginas.
Existir sem o seu
criador,
depois saber Ser,
Nadar nas águas do
desconhecido.
(Post scriptum: Só
escrevo o que sinto. O Nada edificante, o poético lava a alma, ao nadar estou
vivo, ao ler estou mergulhado.)
*Prof. Dr. Luis Antonio
Gomes
Filósofo. Editor.
Escritor. Poeta. Livre Pensador.
Porto Alegre/RS
Comentários
Postar um comentário