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Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais*


"(...) Só ficava satisfeito quando conseguia harmonizar os perfumes e as cores dos ramos de flores e mesmo das plantas de jardim. Disponho os cheiros que quero, as pétalas, assim como um escritor dispõe as palavras segundo o significado e o som (...) É poesia então ? O que mais poderiam ser as flores ? Se Deus quisesse escrever um poema, não seria com delfínios e dálias ?

"(...) Tanto ela como Peter possuíam a elegância natural que parece pedir para ser fotografada, para transcender o tempo - que evidenciava possibilidades realizadas (...)"

"(...) Conheço Nápoles um pouco - ele respondeu - Estive lá uma vez. Abarrotada de gente. Pessoas demais vivendo perto demais umas das outras para o meu gosto. Talvez seja a impossibilidade de dispor de vastos espaços abertos o que torna as pessoas tão duras. As pessoas precisam poder se perder para serem felizes (...)"

"(...) Mapas... Por que ele lhe daria mapas ? (...) Talvez para lhe mostrar que havia um mundo além de sua casinha isolada. E também para que você soubesse que havia uma sinalização que poderia seguir para ajudá-lo a chegar ao seu destino. Se alguma vez a decifrasse, claro. Pode-se dizer que ele estava lhe abrindo uma porta (...)"

"(...) Socorrer as pessoas é a mais importante de todas as coisas, eu acho. É por isso que estamos aqui... é para isso que nascemos" 

"Viajar para um país estrangeiro também pode ser uma descoberta perturbadora, não acha ? Como eu agora, à procura de outro lugar para viver. Faz parte dessa aventura de que você fala, mas significa também entrar onde nunca antes estivemos (...)"

"(...) Nunca nos esquecemos de que estamos rodeados pelo vazio (...) Essa era a segunda clara indicação que recebia de que Peter era um pouco esquisito (...)"

"As pontes são uma coisa boa (...) sempre representaram para mim a possibilidade de mudança - de mudar de um lugar para outro. Para mim foram sempre decisivas. Quero dizer, ter ido para Angola, depois para o Brasil e agora estar aqui na América. Mas também o potencial para ser capaz de mudar a minha vida, a minha pessoa (...) As pontes tornam excitante o estar aqui. São complexas (...)"

"(...) interpretar o mundo de modo poético (...)"

"Onde quer que haja alguém escravo, a possibilidade de o ser continua aberta para cada um de nós, em qualquer área das nossas vidas. (...)"

"As crianças precisam ouvir atentamente o som do que dizem para imaginar a textura... a sensação de suas palavras no interior das pessoas com quem estão falando (...) as crianças nascem poetas. Todos sabem isso. São os adultos... nós é que os forçamos à prosa. (...) A poesia não teme as pessoas que são diferentes (...)"

*Richard Zimler in "Trevas de Luz". Ed. Companhia das Letras. SP. 1999. 

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