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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"Pois cada povo em busca de si mesmo se pergunta onde se encontra o degrau intermediário entre sua casa e o mundo(...)"

"É preciso realmente uma grande maturidade para compreender que a opinião que nós defendemos não passa de nossa hipótese preferida, necessariamente imperfeita, provavelmente transitória, que apenas os muito obtusos podem transformar numa certeza ou numa verdade"

"A ideia de Nietzsche me vem ao espírito: é no instante de sua gênese que a essência de um fenômeno se revela"

"(...) diante dos vivos, os mortos têm uma esmagadora superioridade numérica, não apenas os mortos do fim da guerra, mas todos os mortos de todos os tempos, os mortos do passado, os mortos do futuro; certos de sua superioridade, eles caçoam de nós, eles caçoam dessa pequena ilha de tempo onde nós vivemos, desse minúsculo tempo da nova Europa da qual nos fazem compreender toda a insignificância, toda a fugacidade"

"(...) as inovações formais dos grandes mestres têm sempre alguma coisa de discreto; assim é a verdadeira perfeição; é apenas nos pequenos mestres que a novidade quer se fazer notar"

"Compreender o outro significa compreender a idade que ele está atravessando"

"(...) os retratos de Bacon são a interrogação dos limites do 'eu'. Até que grau de distorção um indivíduo continua sendo ele mesmo ? Até que grau de distorção um ser amado continua um ser amado ? Durante quanto tempo um rosto querido que se distancie na doença, na loucura, na raiva, na morte, continua reconhecível ? Onde está a fronteira atrás da qual um 'eu' deixa de ser um 'eu' ?"

*Milan Kundera in "Um encontro - ensaios". Ed. Companhia das Letras. SP. 2013.  

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