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O segredo e a poesia*



"Me entregue um segredo seu pra eu guardar..."
Versos segredáveis são a alma da real poesia...
Você, segredo encarnado que ancorou no meu cais de partida...

"Três palavras, um só segredo
mulher, madrugada e banheira..."
Petit mort, et maintenant !
"Desir, noir, Le vent, L'au..."

Preâmbulo de castiçais ao vento matutino
cheirando a verbena...
Seus olhos são negras lanças, dissecando
minha flor em labareda,

"Sua voz cântico fluido que me umedece a boca...
pour la premiere fois
sua entreaga me surpreendeu
Lapsos febris com essa imagem"
Monsieur de la vie du desir...

Cantei pra um anjo caído
e seus olhos de caos e cachos
banhando em alta noite
minha tez vaidosa e voz de criança perdida
de sapatos trocados e ares de quem não foi chamada...

Conduzida pelo próprio algoz àquela linda e pequena morte...
Ferida ainda aberta e pousei minha dor
no bálsamo de sua penumbra virulenta
de verso, cine, fim e desejo...

"Uma silhueta feminina através da névoa.
Desde que uma palavra ou gesto destoou
no rito de cumprimenta-la!

Como um elemento sutil e secundário
para a interpretação da cena onírica..."

Me atirei sobre seu vulto presente
como quem ainda duvidasse...
comprimindo forte os braços entorno de seu pescoço
como não houvesse a tão explicita censura...
Oui.. oui, oui, oui... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .. ... ... ... ... ... ... ...

Talvez não soubesse que o que julgava mortalha
já me era tão íntimo e seguro.
Vamos tomar a eternidade pra colher a flor
do vasto chão de toda a espera...

Mal que vem pra um bem prorrogado
na entranha de todo verso nu!
Marcar então uma exasperação a lua cheia
da virada do próximo século!

"As vezes perco a passada e me encontro
no espaço errado do tempo.
Não vou exaspera-la...
Vou exulta-la com vinho até que desapareça!"

Deixa então que exaspere a luz do sol
por detrás do brilho magnético da Deusa!
Dois uivando de quatro aos cinco ventos para o firmamento...

"Ao final, as estrelas cintilando fracas no chão
até a completa escuridão!
Oferta-me teus olhos
porta de entrada para vícios maiores!"

"Un vague dans le regarde
Un souvenir qui me poursuit san sesse"

Un petit chamim desamants...
"Bien sûr..."

By
moi et vous

*Jullie Do Guati
Pesquisadora e roteirista na empresa Cine culte français,  Musicista, Agitadora e Inovadora Cultural na empresa Mova-se (Movimento Artístico de Subversão e Estética), Multiartista Profissional , Filósofa Clínica.

**Composição beatnik a quatro mãos, sob o pulso de um cine desejo ainda no croqui!

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