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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"(...) toda forma de espírito verdadeiramente original cria a forma linguística que lhe é apropriada"

"Se a linguagem, nos seus termos conceituais complexos, não constitui um reflexo da realidade sensível, mas antes um reflexo de operações do espírito, conclui-se necessariamente que este reflexo pode e deve efetuar-se de maneiras infinitamente múltiplas e variadas"

"(...) Se o conteúdo e a expressão do conceito não dependem da matéria que compõe as diversas representações sensíveis, e sim da forma de sua combinação, cada novo conceito da linguagem representa uma nova criação do espírito"

"A liberdade que possuía Adão quando criou as primeiras denominações para concepções complexas, não dispondo de nenhum modelo além daquele que lhe era sugerido pelos seus próprios pensamentos, esta mesma liberdade existiu e continua a existir para todos os homens"

"O conceito de verdade de Hobbes culmina na tese pela qual a verdade não reside nas coisas, mas única e exclusivamente nas palavras e no seu emprego"

"Toda realidade - tanto espiritual quanto a física - é, de acordo com a sua essência, uma realidade concreta, individualmente determinada. Por isso, a fim de apreendê-la, é preciso que nos libertemos da universalidade falsa, enganosa e 'abstrata' da palavra"

"Leibniz disse certa vez que a natureza gosta de expor abertamente em um ponto qualquer os seus últimos segredos, e, por assim dizer, colocá-los diante dos nossos olhos através de demonstrações visíveis"

"(...) pela substância física, a palavra falada é um mero sopro; mas neste sopro existe uma força extraordinária para a dinâmica das ideias e do pensamento. Essa dinâmica é tanto intensificada quanto regulada através do signo" 

"Não apenas a ciência, mas também a linguagem, o mito, a arte e a religião caracterizam-se pelo fato de nos fornecerem os materiais com os quais se constrói, para nós, o mundo do 'real' e do espiritual, o mundo do Eu"

"O espírito somente apreende a si próprio e a sua oposição ao mundo 'objetivo', na medida em que ele transfere para os fenômenos e, por assim dizer, a eles atribui diferenças de apercepção que residem nele próprio"

*Ernst Cassirer in "A filosofia das formas simbólicas". Ed. Martins Fontes. SP. 2001. 

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