“Objeto é apenas o que
pode ser ocupado e abandonado.”
Peter Sloterdijk
Nenhum
homem, nenhum momento, nem a flor do pensamento, meio olho e uma frota de
navios imaginários a se perder na linha do tempo. De nunca mais poder retornar
à terra segura, mesmo sendo o que ilumina as ideias, anda, por ora, a procurar
o fantasma do passado, uma obsessão do demônio da igualdade nos poros
biológicos predestinados a sobreviver ao sol.
O
novo tempo é a estranha forma de matar e limpar as ruas em nome de uma
integridade tenebrosa. A moralidade se impõe como ordem dos néscios de alma que
evocam a religião, a ciência e até a arte de matar o próximo.
O
homem deste século sabe tudo, até mesmo crê que é inferior a deus para matar em
nome de um deus. Prefiro ver o rio caudaloso de ideias se perder em ruas,
túneis profundos, em pedras que escondem os desconhecidos a morrer na ordem do
exército de mosquitos que sugam o sangue da maioria que pondera.
Na
fuga, atravessar oceanos, cruzar fronteiras sem olhar para trás com medo de sua
própria cola que pega fogo feito fuga de animais racionais que escolheram se
mesclar com a resignação das teorias fatalistas.
Um
espetáculo público se monta lá do alto do poder celestial, todo homem que tem
altivez e acredita no destino crê se salvar. Por outro lado, o que faz da fuga
eterna seu imaginário, a poética e o país é quem talvez encontre o verdadeiro
medo e força de forjar um novo tempo de flanar. Diria um quase andar em nuvens
e um deslizar em águas profundas até chegar à margem e ver que na fuga todos
são iguais e que, de uma hora para outra, retornam os dogmas em roupas e véus.
*Prof. Dr. Luis
Antonio Gomes
Filósofo.
Editor. Escritor. Livre Pensador.
Porto
Alegre/RS
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