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Quem é o partilhante?*



O partilhante é todo aquele que busca a terapia baseada no método da Filosofia Clínica, que procura os cuidados do filósofo clínico.

Não é cliente porque não busca um produto, uma fórmula pronta, a ser entregue. Não é paciente porque não há uma doença, uma anormalidade, a ser curada, a se adequar a um modelo normativo.

A Filosofia Clínica considera a singularidade do partilhante. Cada pessoa que procura o filósofo clínico é um novo livro, sem cópias, a ser aberto e compreendido por si mesmo.

Tal como os pressupostos de interpretação de um livro são formais e consideram que, por exemplo, um texto dissertativo traga um tema, uma hipótese e seus argumentos, a Filosofia Clínica têm seus pressupostos formais.

Porém, mais do que gêneros literários, as pessoas são únicas em suas histórias, experiências e modos de agir. Por isso, inspirada no ensinamento dos filósofos, a Filosofia Clínica elenca incontáveis variáveis formais em vista de abarcar a pluralidade do conteúdo de vida dos partilhantes.

Portanto, o partilhante é um mistério para o filósofo clínico. Alguém dotado de uma gama de elementos internos em constante mudança. Um ser humano reconhecido por aproximação e que jamais é esgotado por qualquer método.

Localizar e trabalhar a razão última que leva o partilhante para a clínica é a meta do filósofo clínico. A matéria prima para essa localização e a sede dos recursos existenciais para os procedimentos clínicos é a história de vida do próprio partilhante.

O método não pressupõe resultados, modelos ou normas fixas aplicáveis ao partilhante. O método aguça o olhar para aquele que ao partilhar sua vida, inquietações, dores, angústias, tristezas, dúvidas etc., fará uma construção compartilhada com o filósofo clínico em vista de encontrar modos mais adequados para prosseguir sua existência.

*Prof. Dr. Miguel Angelo Caruzo
Filósofo. Escritor. Filósofo Clínico.
Teresópolis/RJ

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