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Vivo para que?*



Por apenas viver?
Qual sentido?
Para alimentar o ego?
Pelo coletivo?
Por um chamado divino?

Às vezes sei,
Muitas vezes não sei.
Pensar doí,
Angustia.

Duvidar se impõe
Múltiplas complexidades.
Só sentir
Não me basta.

Intuir no silenciar
Me preenche.
Sentimentos me levam
Ao auto-engano.

Só a poesia
Me salva de mim.

Sou humana
Na desumanidade.

Na quietude
Descubro minha
Inquietude.

Observo as árvores
E as invejo.

Uma borboleta pousa,
Foi casulo.

Percebo o meio dia
De inverno:
Sou azul
Em meio a vastidão.

Para que vivo?
Qual o sentido do viver?
Talvez para apenas
Ser agora
No existir e ser.

Conheço-me:
Tal Sócrates convida?
Ou como ideal científico?
Sou apenas um
No labirinto
Visto de dentro.

Só me resta a humildade,
Do não saber!
Do duvidar
E compreender
Que o saber só inicia.

Sou eternamente condenado
A questionar.

Toda certeza é superficial,
Parcial, provisória,
Cheia de nuvens tóxicas,
Gazes inebriante.

Que esta angustia
Não me abandone,
Nela acendo a luz
Da consciência
Do viver humano.

Sou vasta
Singular neste universal.

*Dra. Rosângela Rossi
Psicoterapeuta. Escritora. Artista Plástica. Filósofa Clínica. Livre Pensadora.
Juiz de Fora/MG

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